O Conselho Federal de Farmácia (CFF),
por meio do Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos (Cebrim),
publica Nota Técnica (abaixo) esclarecendo a ação e os riscos da
Liraglutida (Victoza). O fármaco foi destaque da edição 2.233 da Revista
Veja (07/09/2011). A reportagem intitulada Parece milagre
trata do uso da Liraglutida como medicamento para perda de peso. De
acordo com a Nota Técnica, elaborada pelo farmacêutico Rogério Hoefler, o
uso do fármaco tem sustentação científica apenas para o tratamento de
diabetes tipo 2.
por meio do Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos (Cebrim),
publica Nota Técnica (abaixo) esclarecendo a ação e os riscos da
Liraglutida (Victoza). O fármaco foi destaque da edição 2.233 da Revista
Veja (07/09/2011). A reportagem intitulada Parece milagre
trata do uso da Liraglutida como medicamento para perda de peso. De
acordo com a Nota Técnica, elaborada pelo farmacêutico Rogério Hoefler, o
uso do fármaco tem sustentação científica apenas para o tratamento de
diabetes tipo 2.
Nota técnica nº 01 / 2011
Data de elaboração: 12 de setembro de 2011.
Data de elaboração: 12 de setembro de 2011.
Liraglutida (Victoza®; Novo Nordisk) não é indicada para promover perda de peso
O que é liraglutida?
O hormônio GLP-1 (peptídeo análogo ao glucagon 1), denominado incretina,
é liberado pelo trato gastrintestinal com o objetivo de aumentar a
secreção de insulina pelas células beta pancreáticas. O GLP-1 aumenta
significantemente a secreção de insulina dependente de glicose, diminui
secreção de glucagon, retarda o esvaziamento gástrico e diminui apetite1.
Liraglutida (Victoza®; Novo Nordisk) é um análogo do hormônio GLP-1, com
ação agonista sobre seus receptores. Este fármaco é empregado como
adjuvante no tratamento de pacientes com diabete melito tipo 2 que não
tenham obtido adequado controle glicêmico com metformina, uma
sulfonilureia, ou com terapia dupla de metformina + sulfonilureia ou
metformina + tiazolidinediona. Emprega-se em dose única diária, por
injeção subcutânea1,2.
Liraglutida não é recomendada como terapia de primeira linha, não
substitui a insulina e não deve ser usada em pacientes com diabete
melito tipo 1 ou para tratamento de cetoacidose diabética1.
O hormônio GLP-1 (peptídeo análogo ao glucagon 1), denominado incretina,
é liberado pelo trato gastrintestinal com o objetivo de aumentar a
secreção de insulina pelas células beta pancreáticas. O GLP-1 aumenta
significantemente a secreção de insulina dependente de glicose, diminui
secreção de glucagon, retarda o esvaziamento gástrico e diminui apetite1.
Liraglutida (Victoza®; Novo Nordisk) é um análogo do hormônio GLP-1, com
ação agonista sobre seus receptores. Este fármaco é empregado como
adjuvante no tratamento de pacientes com diabete melito tipo 2 que não
tenham obtido adequado controle glicêmico com metformina, uma
sulfonilureia, ou com terapia dupla de metformina + sulfonilureia ou
metformina + tiazolidinediona. Emprega-se em dose única diária, por
injeção subcutânea1,2.
Liraglutida não é recomendada como terapia de primeira linha, não
substitui a insulina e não deve ser usada em pacientes com diabete
melito tipo 1 ou para tratamento de cetoacidose diabética1.
Quais os riscos do uso da liraglutida?
Por tratar-se de fármaco novo, ainda não há dados suficientes sobre as
consequências do uso prolongado. Contudo, com base nos ensaios clínicos
disponíveis, sabe-se que o uso de liraglutida está associado a efeitos
sobre a tireoide, particularmente em pacientes com doença pré-existente
nesta glândula; entre os relatos incluem-se aumento da calcitonina
sanguínea, bócio e neoplasias da tireoide. Seu uso está contraindicado
em pacientes com história própria ou familiar de câncer medular da
tireoide e em pacientes com síndrome de neoplasia endócrina múltipla
tipo 2. Seu uso não é recomendado para pacientes com disfunção renal
relevante2.
Os efeitos adversos mais frequentes da liraglutida são transitórios e
incluem: náusea, diarreia, vômito e cefaleia. Náusea levou a um índice
de cerca de 4% de abandono dos pacientes em diversos estudos clínicos3.
Por tratar-se de fármaco novo, ainda não há dados suficientes sobre as
consequências do uso prolongado. Contudo, com base nos ensaios clínicos
disponíveis, sabe-se que o uso de liraglutida está associado a efeitos
sobre a tireoide, particularmente em pacientes com doença pré-existente
nesta glândula; entre os relatos incluem-se aumento da calcitonina
sanguínea, bócio e neoplasias da tireoide. Seu uso está contraindicado
em pacientes com história própria ou familiar de câncer medular da
tireoide e em pacientes com síndrome de neoplasia endócrina múltipla
tipo 2. Seu uso não é recomendado para pacientes com disfunção renal
relevante2.
Os efeitos adversos mais frequentes da liraglutida são transitórios e
incluem: náusea, diarreia, vômito e cefaleia. Náusea levou a um índice
de cerca de 4% de abandono dos pacientes em diversos estudos clínicos3.
Há justificativa para uso da liraglutida para promover emagrecimento?
Pacientes diabéticos com sobrepeso podem, eventualmente, se beneficiar
da prevenção de ganho de peso e da possível promoção de perda de peso
com o uso da liraglutida4. Contudo, não foi encontrado estudo
metodologicamente adequado para avaliar segurança e eficácia da
liraglutida para promover perda de peso em indivíduos não diabéticos com
sobrepeso ou obesos.
Atualmente, o uso da liraglutida tem sustentação científica apenas para o
tratamento de pacientes com diabete melito tipo 2, em combinação com
metformina ou uma sulfonilureia, ou ambos, em pacientes que não tenham
alcançado adequado controle glicêmico com estes fármacos isoladamente ou
em combinação. Seu uso também é justificado em combinação com
metformina + pioglitazona quando esta terapia dupla não for suficiente
para produzir controle glicêmico adequado4.
Pacientes diabéticos com sobrepeso podem, eventualmente, se beneficiar
da prevenção de ganho de peso e da possível promoção de perda de peso
com o uso da liraglutida4. Contudo, não foi encontrado estudo
metodologicamente adequado para avaliar segurança e eficácia da
liraglutida para promover perda de peso em indivíduos não diabéticos com
sobrepeso ou obesos.
Atualmente, o uso da liraglutida tem sustentação científica apenas para o
tratamento de pacientes com diabete melito tipo 2, em combinação com
metformina ou uma sulfonilureia, ou ambos, em pacientes que não tenham
alcançado adequado controle glicêmico com estes fármacos isoladamente ou
em combinação. Seu uso também é justificado em combinação com
metformina + pioglitazona quando esta terapia dupla não for suficiente
para produzir controle glicêmico adequado4.
Referências
1. Klasco RK (Ed): Drugdex System.
Thomson MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível em:
http://www.thomsonhc.com/. Acesso em: 12.09.2011.
2. Klasco RK (Ed): Martindale. The Extra-Pharmacopoeia. Thomson
MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível em:
http://www.thomsonhc.com/. Acesso em: 12.09.2011.
3. Anne T Reutens, EndocrinologistClinical researcher,Jonathan E Shaw.
Incretin mimeticsenhancers: clinical applications. Australian Prescriber
2008; 31:104–8. Disponível em:
http://www.australianprescriber.com/magazine/31/4/104/8. Acesso em:
12.09.2011.
4. British Medical AssociationRoyal Pharmaceutical Society of Great
Britain. British National Formulary. 61 ed. London: BMJ Publishing
Group, APS Publishing, 2011. Disponível em:
http://www.medicinescomplete.com. Acesso em: 12.09.2011.
Thomson MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível em:
http://www.thomsonhc.com/. Acesso em: 12.09.2011.
2. Klasco RK (Ed): Martindale. The Extra-Pharmacopoeia. Thomson
MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível em:
http://www.thomsonhc.com/. Acesso em: 12.09.2011.
3. Anne T Reutens, EndocrinologistClinical researcher,Jonathan E Shaw.
Incretin mimeticsenhancers: clinical applications. Australian Prescriber
2008; 31:104–8. Disponível em:
http://www.australianprescriber.com/magazine/31/4/104/8. Acesso em:
12.09.2011.
4. British Medical AssociationRoyal Pharmaceutical Society of Great
Britain. British National Formulary. 61 ed. London: BMJ Publishing
Group, APS Publishing, 2011. Disponível em:
http://www.medicinescomplete.com. Acesso em: 12.09.2011.
Elaboração: Rogério Hoefler
www.brumconsulting.com.br