Brum Consulting

MercadoLivre testa entrada no varejo farmacêutico e está de olho na atualização da regulação da Anvisa

MercadoLivre-Farmacia-Varejo-Anvisa

O MercadoLivre adquiriu uma farmácia em São Paulo como parte de um projeto piloto para entender o setor e pressionar por mudanças na regulação da Anvisa, com o objetivo de futuramente viabilizar a venda de medicamentos em seu marketplace, fortalecendo parcerias com farmácias em vez de competir com elas.​

O Mercado Livre deu um passo ousado para entender o setor farmacêutico brasileiro ao adquirir recentemente uma farmácia física, surpreendendo o mercado e fomentando debates entre grandes players do setor. O objetivo, segundo a própria companhia, não é operar uma rede de farmácias tradicional, mas testar e compreender as especificidades regulatórias e operacionais desta indústria no Brasil.

Regulamentação e Inovação: O Papel da Anvisa

A discussão central envolve a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), especialmente a RDC 44/2009, que atualmente proíbe a venda de medicamentos por meio de marketplaces – o chamado modelo 3P. Vale destacar que, durante a pandemia, a Anvisa flexibilizou algumas normas, permitindo em caráter emergencial a entrega remota de medicamentos, prática agora autorizada de maneira definitiva.

O movimento do Mercado Livre reflete a percepção de que, diante das inovações tecnológicas e dos novos hábitos de consumo, é natural que o marco regulatório também precise ser atualizado. A expectativa é que a Anvisa avance nesse diálogo, acompanhando a evolução já vista em outros países latino-americanos, como México, Colômbia, Argentina e Chile, onde a venda de medicamentos via marketplace já é permitida.

Teste Estratégico e Visão de Futuro

A aquisição da farmácia em São Paulo, de acordo com líderes do Mercado Livre, serve apenas como um laboratório para aprender sobre o setor: desde o comportamento do consumidor até os requisitos operacionais e sanitários para comercialização de medicamentos. O plano, portanto, não é expandir uma rede de farmácias físicas, mas criar parcerias com o segmento, permitindo que farmácias de todos os portes possam vender pelo marketplace, caso haja atualização regulatória.

Caso a legislação não avance para permitir o modelo 3P, o Mercado Livre avalia que teria duas opções: investir em uma grande rede própria de farmácias — competindo diretamente com o varejo tradicional — ou desistir de atuar no setor farmacêutico. A prioridade, no entanto, é estabelecer uma relação de parceria para digitalizar e democratizar o acesso ao canal online para farmácias já existentes.

Oportunidades e Desafios para o Setor

A entrada do Mercado Livre neste segmento destaca o potencial transformador das plataformas digitais no varejo farmacêutico brasileiro, mas também reforça a importância da atualização regulatória para garantir concorrência leal, segurança ao consumidor e novos modelos de negócio.

Empresas do setor, fornecedores e consumidores devem acompanhar de perto os próximos passos, pois a decisão da Anvisa pode abrir um novo capítulo de inovação e competitividade para todo o ecossistema farmacêutico.

Fonte: NeoFeed

​Quer saber mais sobre mercado farma, de saúde e legislação? Confira outras notícias em nosso site e fique por dentro das principais notícias e análises do setor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *